Acontece nesta terça-feira (18), a partir das 9h, no Fórum Criminal de João Pessoa, o júri popular de Francisco Lopes, ex-padastro acusado de estuprar e matar a adolescente Júlia dos Anjos em abril de 2022. O corpo da adolescente Júlia dos Anjos foi encontrado dentro de um reservatório de água no dia 12 de abril de 2022, após ela desaparecer no dia 7 de abril.
O réu era padrasto da vítima e confessou ter estuprado a adolescente durante 4 meses, inclusive no dia do crime, antes de matá-la. O advogado de defesa, Daniel Alisson, no entanto, afirmou que não reconhece o depoimento prestado em delegacia porque ele não estava na presença de advogado. Segundo ele, uma nova tese de defesa será apresentada em plenário no júri desta terça-feira (17).
Os advogados de Josélia Araújo mãe da menina, entendem essa informação como uma tentativa de colocá-la na cena do crime. Ela nega qualquer tipo de participação. “Isso para mim é desumano. Não bastava ele tirar minha filha de mim, agora ele quer me imputar uma culpa”, afirma Josélia Araújo.
O ex-padrasto fez um teste de sanidade, em novembro de 2022, que atestou que não possui nenhuma doença mental ou desenvolvimento incompleto que interfira no juízo de realidade. “Ele [o réu] era completamente capaz de entender o caráter ilícito do fato”, informa o documento.
De acordo com a defesa, o réu está preso no presídio do Roger, em João Pessoa, desde abril de 2022.
Entenda o caso
O corpo da adolescente Júlia dos Anjos foi encontrado dentro de um reservatório de água no dia 12 de abril de 2022, após ela desaparecer no dia 7 de abril, no bairro de Gramame, em João Pessoa. Inicialmente, pensou-se que ela tinha recebido mensagens de pessoas desconhecidas pela internet. Segundo a mãe de Júlia, Josélia Araújo, a garota teria saído de casa apenas com o celular.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito Francisco Lopes confessou que abusou sexualmente de Júlia dos Anjos por quatro vezes. No dia do crime, ela foi estuprada antes de morrer. A mãe de Júlia dormia no momento e, conforme o delegado Hector Azevedo, ela não tinha conhecimento sobre os casos.
O padrasto foi preso após ser ouvido pelo delegado Hector Azevedo e confessar o crime. Após a confissão, Francisco indicou onde estaria o corpo da menina.
Segundo o sargento Cristian, do Batalhão de Busca e Salvamento do Corpo Bombeiros da Paraíba, o corpo foi encontrado em estado de decomposição avançada, e o militar que resgatou o corpo teve que usar um respirador de oxigênio para não respirar o mesmo ar do local.
O resgate durou cerca de uma hora e meia porque o local apontado era em uma área que apresentava instabilidade e o terreno poderia ceder, ainda conforme o sargento.