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Estreia dos Beatles no cinema faz 60 anos

Foto/Reprodução.

A estreia dos Beatles no cinema está fazendo 60 anos. A primeira exibição de A Hard Day’s Night ocorreu em julho de 1964. No Brasil, o filme se chamou Os Reis do Iê-Iê-Iê.

A imagem em preto e branco mostra os Beatles em fuga, perseguidos por um grupo de fãs alucinadas. “A noite de um dia difícil, e eu trabalhei feito um cachorro”, diz a letra da canção.

Assim começa A Hard Day’s Night. Eles pegam um trem. Depois, vamos vê-los no hotel, numa recepção, numa boate, ensaiando numa emissora de televisão e, finalmente, fazendo um show.

O filme parece um documentário, mas sabe-se que foi todo roteirizado. A direção é de Richard Lester, que migrou da televisão para o cinema e mais tarde realizaria alguns filmes muito interessantes.

Durante as filmagens, Ringo se revelou melhor ator do que os outros Beatles. Ganhou um intermezzo. Num passeio solitário, conhece um garoto, se mete numa trapalhada e acaba nas mãos da Polícia. Tudo ao som de uma versão instrumental da balada This Boy.

Wilfrid Brambell é o “avô” de Paul. Victor Spinetti, o estressado diretor de TV. São personagens que se destacam na “história” que o filme conta. Os Beatles são eles mesmos, ainda construindo suas personas públicas.

Oito anos antes, em 1956, Elvis Presley fez sua estreia no cinema e seguiu carreira em Hollywood. Os Beatles entenderam que era preciso fazer filmes, mas não necessariamente filmes ruins como os de Elvis.

A Hard Day’s Night tem narrativa e montagem ágeis. A fotografia em preto e branco reforça a ideia de que estamos diante de um documentário. O filme, habilmente, dialoga com os cinemas novos do seu tempo e inaugura um jeito de misturar rock com cinema.

A Hard Day’s Night foi bem recebido pela crítica. Deu aos Beatles um status que eles ainda não tinham. Em 1964, os Beatles viviam o auge da histeria coletiva da Beatlemania. O grupo levaria algum tempo para crescer musicalmente.

60 anos depois, vemos que A Hard Day’s Night atravessou bem essas décadas que nos separam da sua estreia. Conserva as virtudes do bom cinema que Richard Lester fez com os Beatles. E é saborosamente evocativo de uma época.