O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da Paraíba comemorou, nesta segunda-feira (29), o anúncio da reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela. O resultado é contestado pela comunidade internacional por fortes indícios de fraude.
Em publicação nas redes sociais, seguindo a linha da instância nacional, o MST da Paraíba classificou a eleição como ‘histórica’ e disse que o resultado representa uma ‘decisão de seguir avançando em um projeto popular de condução do país baseado na solidariedade, organização e desenvolvimento nacional’.
A publicação do MST na Paraíba rendeu críticas de seguidores. “Não, tudo tem limite”, disse um internauta. “Não há o que comemorar – o povo sofre – qualquer ditadura, seja de direita ou de esquerda é RUIM”, escreveu outra seguidora.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado por autoridades chavistas, declarou o ditador Nicolás Maduro como o vencedor das eleições presidenciais, com 51,2% dos votos, mas a oposição contesta os números e diz que Edmundo González foi o vencedor com cerca de 70% dos votos.
“Vitória para quem? O povo venezuelano está passando fome!”, disse outra internauta.
O pleito foi marcado por constantes mudanças de regras e movimentações suspeitas de fraude por parte do chavismo nas semanas que antecederam a votação, mas houve problemas durante o processo de totalização e apuração dos votos. O G1 publicou uma reportagem sobre as desconfianças em torno do pleito.
A defesa que o MST faz de Nicolás Maduro parece destoar do que representa o movimento, que é a luta pelo acesso à terra. Em seu site, o MST afirma que “é um movimento social, de massas, autônomo, que procura articular e organizar os trabalhadores rurais e a sociedade para conquistar a Reforma Agrária e um Projeto Popular para o Brasil”.
Na Paraíba, há dezenas de Venezuelanos que fugiram do caos social do país de origem. Um dos que moraram em Campina Grande, em declaração à Rádio CBN João Pessoa, nesta segunda-feira (29), lamentou a crise desencadeada no país com a desconfiança sobre as eleições. “Com lágrimas no rosto, queremos voltar à Venezuela, da alegria, da paz, da democracia e da liberdade”, disse.