O apresentador e comunicador Silvio Santos morreu na manhã deste sábado, aos 93 anos. Ícone da televisão brasileira, o empresário tentou, em 1989, pleitear o cargo de presidente da República.
A eleição de 1989 foi a primeira acontecendo por voto direto após mais de três décadas de regime militar no Brasil. O comunicador, àquela oportunidade, decidiu disputar o pleito pelo Partido Municipalista Brasileiro (PMB). Ao seu lado na chapa estava o paraibano Marcondes Gadelha, ex-deputado federal e ex-senador da República.
Mesmo sem ter, de fato, tido seu nome confirmado na disputa, Silvio figurou bem nas pesquisas eleitorais e chegou a alcançar 30% das intenções de voto em pesquisas realizadas naquele momento.
Entre os nomes que disputaram aquela eleição, estavam Ulysses Guimarães (PMDB), Aureliano Chaves (PFL), Lula (PT), Collor (PRN), Leonel Brizola (PDT), Mário Covas (PSDB), Paulo Maluf (PDS) e Ronaldo Caiado (PSD).
A poucos dias da votação, que aconteceu no dia 15 de novembro de 1989, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu a candidatura de Silvio Santos e Marcondes Gadelha, alegando que o partido do empresário não havia respeitado os prazos previstos na Lei Eleitoral.
Marcondes Gadelha escreveu um livro sobre o episódio. Intitulado “Sonho Sequestrado”, o ex-parlamentar fala sobre os bastidores do processo e, em sua ótica, “houve uma engenhosa e implacável conspiração para impedir a qualquer custo a candidatura do apresentador de TV, antes do primeiro turno, pela razão muito simples de que ele seria imbatível nas urnas.”
Sem Silvio, a eleição ocorreu e Fernando Collor de Mello, à época do Partido da Reconstrução Nacional (PRN, atual Agir), acabou eleito presidente da República.
Texto: Pedro Pereira