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Agência Minas Gerais | Governo do Estado adota medidas de proteção ao comércio exterior de Minas Gerais em razão dos riscos pelo tarifaço dos EUA

O Governo de Minas Gerais, sempre ouvindo e mantendo o diálogo com quem produz no estado, anunciou, nesta quarta-feira (30/7), medidas em resposta aos possíveis impactos pelo tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros anunciado pelos Estados Unidos, que deve entrar em vigor nos próximos dias.

O governador Romeu Zema esteve com mais de 150 empresários, incluindo lideranças comerciais que devem ser impactadas, durante encontro que ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), mediado pelo presidente da instituição, Flávio Roscoe, e que contou com as participações da secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa, e o secretário de Estado de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes. Também estiveram presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Gabriel Viégas Neto, e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Reynaldo Passanezi Filho.

Zema explicou as duas medidas iniciais tendo em vista o cenário incerto dos próximos meses. A primeira ação anunciada foi a monetização do crédito de ICMS acumulado pelas empresas. O total de créditos será de R$ 100 milhões por ano. O acesso será simplificado de forma a agilizar o socorro aos exportadores afetados pelo tarifaço dos EUA.

A segunda medida é uma linha de crédito do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) de R$ 200 milhões, com juros reduzidos, pagamento em até 60 meses e carência de 12 meses.

“Conversei com os empresários e coloquei o Governo de Minas à disposição, e vamos fazer de tudo para que a situação seja amenizada. Infelizmente, não temos poder para resolver essa situação, mas estamos à disposição para diminuir os impactos”, disse o governador, ao explicar que cabe à União a interlocução permanente com os EUA e demais países.

Além de apresentar as medidas emergenciais, Romeu Zema ouviu diversos pleitos da Fiemg e seus associados e colocou a equipe do Governo de Minas à disposição para, em diálogo contínuo, buscar possíveis novas medidas.

Medidas imediatas

Sobre a linha de crédito do BDMG, a pedido do governador Romeu Zema e do vice-governador Mateus Simões, a instituição está estruturando os detalhes, mas já antecipou que haverá condições especiais de taxa fixa 0,9% ao mês, além de prazo de 60 meses para pagar, sendo 12 meses de carência. As demais condições estão em fase final de formatação para que a linha comece a ser operada nas próximas semanas.

“Estamos estruturando a linha para atender os setores e as empresas mais afetadas. Nossas equipes estão trabalhando no sentido de identificar esses setores para apoiar de forma imediata”, afirmou o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto.

Já em relação a estoques de créditos, o secretário de Fazenda explicou que acompanha a situação e que ela pode ser revista. “Esses R$100 milhões relativos a estoques de crédito de exportação que vamos monetizar é uma medida inicial e emergencial para trazer um alívio aos setores que possivelmente irão enfrentar dificuldades. Acredito que essa decisão do presidente Trump ainda pode ser resolvida bilateralmente”, observou Luiz Cláudio Gomes.

Outros empenhos

O Governo de Minas também está trabalhando em outras frentes para tentar minimizar os impactos da ação, como a abertura de novos mercados, diversificando os destinos, ação que já tem sido feita pela atual gestão ao longo dos anos. Além disso, o contínuo diálogo com os setores produtivos, para avaliar se serão necessários novos suportes, além do fornecimento de dados aos negociadores brasileiros para demonstrar os impactos para a economia estadunidense — no caso do café e do açúcar, por exemplo, o importador americano deve ter dificuldade de suprir a demanda caso, de fato, opte pelas taxações aos fornecedores brasileiros.