Duas centrais de internet clandestina foram desligadas e grande quantidade de equipamentos eletrônicos e cabos para instalação de redes foram apreendidos em operação nesta terça-feira contra a exploração ilegal do serviço de internet na zona norte do Rio de Janeiro.
A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) conduziu duas pessoas à delegacia e um homem foi preso em flagrante pelo crime de receptação. Com ele, foram encontrados 200 modens, produtos de crime e cabos de empresas.
A Operação Rede Obscura mirou nos serviços explorados pelas facções criminosas Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro. Ao todo, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em endereços vinculados aos alvos, na zona norte e na Baixada Fluminense.
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A ação é um desdobramento de investigação em andamento, que teve início a partir da análise de dados técnicos e relatos encaminhados à especializada, indicando a existência de provedores atuando de forma irregular em comunidades dominadas por facções criminosas. Na investigação, foi possível determinar a atuação de empresa, vinculada ao Comando Vermelho, operando na região do Morro do Quitungo, em Brás de Pina e outra empresa com ligação ao Terceiro Comando Puro, com atuação predominante em Cordovil, Cidade Alta e bairros próximos.
Vigilância armada
De acordo com os agentes, a investigação demonstrou que as duas facções atuam com apoio logístico de criminosos armados, que impedem a entrada de operadoras licenciadas na distribuição de sinal de internet, promovendo, inclusive, o vandalismo de redes técnicas e a destruição de cabos de fibra óptica.
Com apoio da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil, a delegacia mapeou as conexões clandestinas. Na região do Morro do Quitungo foi constatada a existência de postos de vigilância armada e grande restrição à mobilidade institucional, o que reforçou que as atividades empresariais ilegais ocorriam sob proteção armada da organização criminosa. Os criminosos obrigam os moradores a usar o sinal de TV a cabo, explorados por eles, com pagamento mensal aos traficantes da região.
Flagra
Em fevereiro deste ano, minutos após técnicos de uma das empresas clandestinas serem flagrados atuando na rede, próximo ao Morro do Quitungo, a operadora licenciada reportou queda abrupta de sinal na região. Posteriormente, foi confirmado o rompimento dos cabos instalados. Além disso, foi verificado que materiais subtraídos de operadoras regulares estavam sendo utilizados no interior da sede da empresa clandestina.
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O responsável pela empresa ligada ao Comando Vermelho possui anotações criminais por tráfico de drogas, furto de energia e receptação. Em depoimento, declarou já ter recebido propostas de facções criminosas para assumir o serviço de internet em outras comunidades, inclusive relatando repasses periódicos a lideranças do tráfico em forma de doações e contribuições “comunitárias”.
Em relação a empresa ligada ao Terceiro Comando Puro, o proprietário foi autuado em flagrante por receptação qualificada, quando foi encontrado grande volume de cabos pertencentes a operadoras regulares no interior de um galpão. Também foi apurada a existência de equipes de instalação formadas por pessoas sem vínculo formal, utilizando veículos de terceiros e operando sem habilitação. Em uma das diligências, em março, sete pessoas foram presas, inclusive uma funcionária em plena atividade de instalação clandestina na região de Brás de Pina.
O material arrecadado na operação desta terça-feira será submetido à análise forense, com acompanhamento do setor de inteligência da unidade, a fim de subsidiar novas diligências e fortalecer a investigação em andamento, bem como a responsabilização de todos os envolvidos no esquema criminoso.