O ex-ministro Aloizio Mercadante, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou, em entrevista à GloboNews, que o investimento no desenvolvimento sustentável da Amazônia poderá atrair recursos externos para o País, especialmente da União Europeia (UE).
“Com o Brasil liderando essa agenda da biodiversidade, como já liderou no passado, temos 55 trilhões de euros na União Europeia para terceiros países. Com a relação que o (presidente) Lula tem com o (chanceler da Alemanha) Olaf Scholz, com o (presidente de governo da Espanha) Pedro Sánchez, com o (presidente da França, Emmanuel) Macron, com os principais líderes, com o governo português, temos grandes chances de trazer uma parte importante desses recursos para financiar projetos de desenvolvimento sustentável para a Amazônia”, disse Mercadante, em entrevista à jornalista Míriam Leitão.
Segundo o futuro presidente do BNDES, o Brasil tem a oportunidade de “liderar” os investimentos “verdes” no mundo. Na verdade, segundo ele, o desenvolvimento sustentável da Amazônia, com a preservação da floresta, seria o único caminho para o País ter uma boa inserção no cenário internacional.
“Ou o Brasil enfrenta isso ou estamos fora do cenário internacional. O que acende ou apaga a luz lá fora é a Amazônia. Então, colocando a proteção dos nossos biomas, especialmente a Amazônia, vamos ter a contrapartida de atrair recursos e desenvolver outros setores, de energia limpa, de economia limpa, gerar valor agregado, pesquisa, emprego e renda, de forma sustentável”, completou Mercadante.
A entrevista com o futuro presidente do BNDES será exibida, na íntegra, às 23h30 desta quarta-feira, 11. Durante participação no programa GloboNews Mais, na tarde desta quarta-feira, Míriam Leitão antecipou alguns pontos da entrevista. Segundo a jornalista, Mercadante disse querer imprimir no BNDES a marca de um banco “digital, verde e inclusivo”.
A jornalista disse também que o ex-ministro negou que as mudanças planejadas para uma nova gestão petista à frente do banco de fomento incluam a retomada de políticas como o apoio à formação de multinacionais de capital brasileiro (‘campeões nacionais’) e o fortalecimento do “funding” via aportes do Tesouro Nacional.
Ainda conforme a jornalista, Mercadante ainda ressaltou, na entrevista, a importância de ampliar a diversidade no corpo de funcionários do BNDES. Um programa de trainee focado apenas em profissionais de pele preta seria uma das possíveis ações.