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O blues perde um dos seus gigantes

Foto/Reprodução.

O blues perdeu um dos seus gigantes. O músico britânico John Mayall morreu em casa na Califórnia, nesta segunda-feira, 22 de julho de 2024. A morte foi anunciada nesta terça-feira (23). Em 29 de novembro de 2023, Mayall comemorou seus 90 anos.

Sabemos que o blues é música de preto. Como sabemos que o blues é uma das grandes expressões da música popular dos Estados Unidos no século XX .

Mas sabemos também que o blues influenciou e está presente no melhor rock produzido na Inglaterra, sobretudo na década de 1960. Dos Beatles aos Rolling Stones, do Who ao Cream, do Jethro Tull ao Led Zeppelin. Em solo britânico, o blues é música de branco.

Sabem Eric Clapton, que tocou guitarra no power trio Cream e depois seguiu brilhante carreira solo? Sabem o baixista Jack Bruce, companheiro de Clapton no Cream? Sabem Mick Taylor, que tocou guitarra nos Rolling Stones de 1969 a 1974, substituindo Brian Jones? Sabem Peter Green, também guitarrista, fundador do Fleetwood Mac?

São britânicos e são brancos. E têm o blues como marca profunda em tudo o que fizeram em suas trajetórias. Pois bem. Para ficarmos somente neles, Clapton, Bruce, Taylor e Green são “filhos” de John Mayall, esse gigante que acabamos de perder.

John Mayall fundou o grupo Bluesbreakers na primeira metade da década de 1960 e, já com uns 30 anos, nele recebeu esses rapazes talentosíssimos que, mais tarde, deixariam sua banda para alçar voos maiores.

O Bluesbreakers fica, então, como o grande legado de Mayall, que compunha, cantava, tocava guitarra, piano e gaita. Ele atuou por seis décadas, enfrentando altos e baixos, largando o Bluesbreakers e depois refazendo o grupo.

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O disco do Bluesbreakers com Eric Clapton é antológico. Foi lançado em 1966, e nele ouvimos tanto a guitarra de Clapton em Hideaway quanto a sua voz no blues Rambling on My Mind, clássico do repertório do bluesman Robert Johnson.

O “pai” de Clapton naquele álbum é John Mayall. Clapton tinha somente 21 anos. Mayall já ia completar 33. Os amantes do blues conhecem os seus discos, a sua história, a sua lenda. E sabem o quão gigante ele foi.