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Agência Minas Gerais | Emater testa cultivo de batata-inglesa no Vale do Jequitinhonha

A batata-inglesa é uma das hortaliças mais consumidas no mundo e costuma não faltar na mesa dos brasileiros. Nas escolas, o produto também é bastante usado na merenda escolar, sendo preparado de diversas formas.

Visando atender o mercado do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), a equipe da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural ( Emater-MG), Unidade Regional de Capelinha, implantou uma unidade demonstrativa da cultura no município, localizado no Vale do Jequitinhonha, para testar o cultivo do alimento na região. Os resultados já se mostram bastante promissores.

O coordenador regional de Culturas, José Mauro de Azevedo, comenta que a região não tem produção de batata-inglesa, mas a procura pelo alimento nas escolas locais é grande. “A ideia de produzir batata foi uma necessidade de diversificar os produtos da agricultura familiar para a entrega do PNAE. A gente tem uma demanda muito grande das escolas e vimos a possibilidade da agricultura familiar produzir a batata, incrementando assim a lista de produtos que são entregues para a merenda escolar”, explica.

Para estimular o cultivo da batata inglesa na região, a equipe local da Emater-MG realizou um dia de campo para produtores com o tema, no fim de setembro, na Unidade Demonstrativa, instalada na comunidade Santa Cruz, em Capelinha.

A programação contou com palestras sobre o cultivo de batata – ministrada por José Mauro, e um relato do extensionista local, Ednardo Antônio Fernandes, sobre a condução e manejo da Unidade Demonstrativa.

Resultados promissores

Após as palestras, foi feita a colheita, pesagem e avaliação das batatas, de acordo com a classificação padrão de mercado. José Mauro aproveitou a oportunidade para orientar os agricultores sobre os procedimentos para o preparo das batatas-semente para novo plantio.

“Os resultados da unidade demonstrativa superaram muito as nossas expectativas. Os agricultores ficaram satisfeitos, tanto com a produção como com a qualidade do produto, pois foram produzidas batatas de bom tamanho. Acredito que o plantio da cultura será replicado, pois houve um interesse grande dos agricultores presentes. Creio que, em breve, esses produtores estarão atendendo a demanda das escolas de Capelinha com a produção da batata”, ressalta o coordenador da Emater-MG.

A produtividade atingida na unidade demonstrativa de batata superou as 30 toneladas por hectare e não foi registrada a incidência significativa de doenças, sendo que a mosca-branca, um das pragas de maior risco para a cultura no Brasil, foi combatida com uso de caldas alternativas e controle biológico.

“Plantamos a batata em junho, numa área irrigada, e em setembro foi a colheita. Todo o manejo foi feito sem defensivos. Outra vantagem é que a batata usa pouca água, o que para nossa região, que é seca, é muito bom”, argumenta José Mauro.

Cultivo agroecológico

Para evitar pragas e manter a qualidade do produto, a proposta da equipe local é que a produção de batata ocorra sempre no período mais seco do ano e seja uma segunda cultura para os produtores de hortaliças locais.

“Era um sonho que eu tinha, mas eu não conseguia uma muda de qualidade. Agora veio essa oportunidade com a ajuda da Emater-MG. A lavoura produziu bastante e pelos bons resultados creio que vai dar certo na nossa região. Toda a batata que eu colhi e conseguir fazer muda,  vou plantar de novo”, afirma o produtor José Antônio Pinheiro, dono do área da Unidade Demonstrativa.

No dia de campo, a coordenadora regional da Emater-MG, Dulce Arantes, e a extensionista Nágila Salman também deram uma oficina de produção de picles, abordando o  aproveitamento das batatas de tamanho menor para agregação de valor ao produto.

Em 2023, a área total cultivada com batata em Minas Gerais aumentou 7,8% em comparação a 2022, alcançando 38,8 mil hectares, sendo novamente impulsionada pelo crescimento contínuo da indústria de pré-fritas. Já a produção chegou a 1,4 milhão de toneladas. O sólido crescimento deste segmento tem desestimulado os produtores a ampliarem a área destinada ao mercado de mesa, apesar da rentabilidade positiva nos últimos cinco anos.