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Quem é o maior? Cinco discussões sadias no esporte brasileiro

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“Quem é o maior?” Essa é uma típica frase utilizada nos debates esportivos não só no Brasil, mas no mundo todo. A busca pela nomeação de um rei absoluto ou simplesmente a divergência de opiniões entre fãs muitas vezes trouxe discussões muito interessantes e levaram as análises a um novo patamar.

Mas, afinal, como ter uma resposta objetiva se muitas vezes as linhas de raciocínio extrapolam os limites da razão? O que importa mais: números, conquistas, talento, carisma ou o conjunto disso tudo? No esporte nacional, pelo menos cinco discussões sadias agitam as “mesas redondas” para tentar responder à pergunta: quem é o maior?

André Akkari ou Yuri Martins?

Dois ícones do poker brasileiro. Hoje com 49 anos, o paulistano André Akkari foi por muitos anos considerado o maior jogador brasileiro do quinto esporte da mente. O reconhecimento não foi à toa, já que ele representou o país nos principais eventos pelo mundo e conquistou em 2011 o bracelete de ouro da World Series of Poker, o principal circuito do jogo de cartas no planeta.

Atualmente, Akkari presta consultoria para jogadores iniciantes que desejam conhecer melhor os conceitos e regras do poker, além de desenvolver habilidades estratégicas mais apuradas. Ele também já atuou como comentarista da modalidade em canais de televisão.

Do outro lado, Yuri Martins foi ganhando seu espaço pouco a pouco. Cerca de 17 anos mais novo que o colega de profissão, ele é visto pelo próprio André como o maior jogador de poker da história do Brasil. Olhando para os números, ele é o único brasileiro a possuir quatro braceletes da WSOP, entre eventos presenciais e virtuais, e chegou a liderar o ranking mundial de poker online por 40 semanas, feito também inédito.

Romário ou Ronaldo?

Essa discussão já leva anos e é uma das mais acirradas do esporte brasileiro. Trata-se de uma dupla que marcou época nos gramados pelo mundo e proporcionou alguns dos momentos mais felizes da história do futebol verde e amarelo.

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O Baixinho foi o craque do tetra em 1994, marcou mais de mil gols na carreira e ficou marcado pela incrível facilidade em atuar dentro da área e colocar a bola na rede, enfrentando zagueiros muito mais altos e mais fortes. Já o Fenômeno é símbolo de superação. Herói do penta em 2002, deu a volta por cima mais de uma vez após graves lesões e, mesmo fora de forma nos últimos anos como profissional, aterrorizava os adversários com seus famosos dribles e arrancadas.

Oscar ou Hortência?

O maior cestinha da história do basquete mundial e a maior pontuadora de todos os tempos na seleção brasileira. Quando Oscar Schmidt e Hortência Marcari estão na parada, a conversa afunila e é difícil apontar quem foi melhor.

Em quase três décadas de carreira, Oscar anotou 49.737 pontos, foi medalhista de ouro Pan-Americano em 1987 e tricampeão sul-americano. Por clubes, empilhou troféus, mas as maiores conquistas vieram com a camisa do Esporte Clube Sírio, faturando o Mundial de 1979. O ala ainda jogou cinco Olimpíadas e faz parte do Hall da Fama da FIBA desde 2010.

Por sua vez, Hortência é quem mais bolas na cesta acertou com a camisa verde e amarela, com 3.160 pontos em 127 jogos. Foi campeã mundial com a seleção em 1994, medalhista de ouro no Pan de 1991 e prata na Olimpíada de 1996. Em 2018, foi reconhecida pela FIBA como a melhor jogadora de Copas do Mundo de todos os tempos.

Bernardinho ou Zé Roberto?

Os dois maiores treinadores da história do voleibol brasileiro também estão nesta lista. Bernardinho foi o grande comandante da história da seleção masculina. Sob sua direção, a equipe nacional faturou dois títulos olímpicos, três Mundiais e duas Copas do Mundo, além de oito Ligas Mundiais e dois Pan-Americanos. Já com as mulheres, venceu outro Pan e três Grand Prix.

Técnico do inédito ouro masculino nos Jogos de Barcelona, em 1992, José Roberto Guimarães fez o caminho inverso de Bernardo e obteve maior sucesso com a equipe feminina, da qual é treinador há mais de 20 anos. Bicampeão olímpico, ele também conquistou nove Grand Prix, oito Sul-Americanos e foi vice na Copa do Mundo de 2003 e no Mundial de 2010.

Senna ou Piquet?

Talvez a disputa mais ferrenha dentro e fora das pistas. Ayrton Senna e Nelson Piquet nunca foram amigos e muitas vezes trocaram farpas publicamente, algo que se reflete também nas discussões entre os fãs de ambos os pilotos. Há quem defenda a genialidade e arrojo do paulista, enquanto outros preferem a capacidade técnica e estratégica do carioca, um grande acertador de carros.

Os dois foram tricampeões do mundo, mas Senna venceu 41 corridas, enquanto Piquet faturou 23. Ayrton também prevalece em pole positions (65 a 24) e pódios (80 a 60), tendo disputado 161 corridas contra 204 de Nelson. Para muitos, a morte do “Rei de Mônaco” em 1994 abreviou uma carreira que tinha tudo para ser ainda maior, em números e soberania.