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Atletas de MS fazem história na Paralimpíada de Paris-2024 e conquistam cinco medalhas para o Brasil

Os atletas sul-mato-grossenses foram protagonistas na Paralimpíada de Paris-2024, somando cinco medalhas para o Brasil e contribuindo para a melhor campanha do país na história dos Jogos. Com essas conquistas, o Brasil se consolidou como uma das cinco potências paralímpicas do mundo. A competição mais esperada do planeta começou em 28 de agosto e terminou neste domingo (8).

Entre os grandes destaques está Yeltsin Jacques, de Campo Grande, beneficiário do programa Bolsa Atleta do Governo de Mato Grosso do Sul. O atleta brilhou no atletismo ao conquistar duas medalhas: ouro nos 1.500 metros e bronze nos 5.000 metros, na classe T11 (atletas cegos). Ao lado do guia Guilherme Ademilson, Yeltsin tornou-se bicampeão paralímpico nos 1.500 metros, superando o recorde mundial, que era dele mesmo, estabelecido na Tóquio-2020. O sul-mato-grossense fechou a prova de Paris em 3min55s82. 

Yeltsin estabeleceu novo recorde em Paris-2024 (Fotos: Silvio Avila/CPB)

Já Fernando Rufino, o “Cowboy de Aço”, também beneficiário do Bolsa Atleta, faturou sua segunda medalha dourada na paracanoagem, na prova de 200 metros da classe VL2 (canoa, em que se usa tronco e braços na remada). O atleta de Eldorado completou o percurso em 50s47, estabeleceu um novo recorde paralímpico e garantiu o bicampeonato, já que também havia vencido a mesma prova nos Jogos de Tóquio-2020. O canoísta ainda disputou a prova de 200 metros no caiaque e terminou em sexto lugar.

Ainda na paracanoagem, Débora Benevides, de Campo Grande, teve uma participação destacada. A atleta disputou a final dos 200 metros na classe VL2 e terminou em quinto lugar, mostrando sua garra em uma competição de altíssimo nível.

Rufino quebrou recorde da prova de 200 metros VL2, conquistando o bicampeonato paralímpico (Fotos: Marcello Zambrana/CPB)

A estreia de Paulo Henrique dos Reis, de Dourados, também rendeu uma medalha. O atleta competiu no salto em distância e, logo em sua primeira participação paralímpica, conquistou o bronze ao saltar 7,20 metros, a melhor marca de sua temporada na classe T13 (atletas com deficiência visual).

Paulo Henrique estreou com medalha na capital francesa (Foto: Silvio Avila/CPB)

Também estreante em Paralimpíadas, Gabriela Mendonça fez uma performance promissora nos 100 metros rasos na classe T13 (para deficientes visuais). A atleta campo-grandense terminou a final na sexta colocação, com o tempo de 12,67 segundos.

No judô, Anne Talitha Silva integrou a delegação brasileira na Paralimpíada de Paris-2024 como auxiliar técnica. Com mais de 15 anos de experiência no treinamento de atletas paralímpicos, o resultado de sua dedicação refletiu nas conquistas de suas atletas, que trouxeram orgulho e reconhecimento para a técnica. Ela é contemplada pelo programa Bolsa Técnico do Governo do Estado.

Erika Cheres abraça a técnica Anne Talitha após a conquista do bronze (Foto: Marcello Zambrana/CPB)

A sul-mato-grossense Érika Cheres Zoaga, de Guia Lopes da Laguna, fez sua estreia paralímpica conquistando a medalha de prata na categoria acima de 70 kg, da classe J1 (cegos totais). A judoca venceu suas lutas nas quartas e semifinais, mas foi derrotada na final pela ucraniana Anastasiia Harnyk, garantindo um lugar no pódio.

Com apenas 20 anos, a também judoca Kelly Kethyllin Victório, de Campo Grande, ficou em quarto lugar na competição, na categoria até 70 kg, da classe J2 (baixa visão). Apesar de não ter levado o bronze, após uma disputa acirrada contra a japonesa Kazusa Ogawa, Kelly mostrou garra, determinação e provou ser uma das grandes promessas do esporte paralímpico nacional.

Kelly Victório demonstrou toda sua técnica nos tatames em Paris (Foto: Alexandre Schneider/CPB)

Brasil bate recorde em Paris

O Brasil alcançou seu maior número de medalhas em uma única edição dos Jogos Paralímpicos, com 89 pódios em Paris 2024, superando os 72 conquistados nas edições da Rio-2016 e Tóquio-2020. A delegação brasileira garantiu 25 medalhas de ouro, 26 de prata e 38 de bronze, estabelecendo seu recorde histórico. Com o desempenho, o Brasil se consolidou entre as cinco maiores potências paralímpicas do mundo, firmando-se como uma nação de destaque no esporte paralímpico.

Bel Manvailer e Lucas Castro, Comunicação Setesc
Foto de destaque: Wander Roberto/CPB